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7 de janeiro de 2017 - Emílio Ribas e sua Relação com Porangaba

Dr. Emílio Marcondes Ribas (1862-1925), filho de Cândido Marcondes Ribas e de Andradina Marcondes Machado Ribas nasceu em Pindamonhangaba no dia 11/04/1862 e faleceu em São Paulo no dia 19/12/1925. Fez os estudos básicos em sua cidade natal e, depois, mudou-se para o Rio de Janeiro onde cursou a faculdade de medicina da Universidade do Brasil. Formou-se com mérito em 1887 e começou sua vida profissional como clínico geral no interior do Estado de São Paulo.

 

Casou-se com Maria Carolina Bulcão Ribas e foi morar nas cidades paulistas de: Santa Rita do Passa Quatro e Tatuí. Na “Cidade Ternura”, residiu por 6 anos e foi onde nasceram seus 3 (três) filhos. Além de clinicar, era médico da Fábrica São Martinho. Na ocasião, visitou a Fazenda São Martinho na Bela Vista de Tatui ( atual Porangaba), convidado pelo proprietário Manoel Guedes Pinto de Mello e se encantou com as belezas e riquezas naturais da região. A comprovação está registrada nos Anais da Câmara Municipal de Tatuí: “em 18/ 03/1895, o dr. Emílio Ribas enviou um ofício à edilidade tatuiense solicitando a construção de uma linha férrea entre Tatuí e Bela Vista”. Essa reivindicação, que partiu de tão importante personalidade, embora ficasse no papel, já sinalizava que os recursos naturais da região (e hoje, ainda mais!) poderiam ser explorados com excelentes resultados. Infelizmente, nada foi feito e são passados mais de 120 anos.

 

Em 1895 foi nomeado inspetor sanitário e começou a trabalhar em São Paulo. Combateu diversas epidemias no interior do estado. Um ano depois, tornou-se diretor do Serviço Sanitário de São Paulo. Nesta época conseguiu debelar um surto de febre amarela. Sua gestão no Instituto Sanitário duraria quase duas décadas. Durante este período, exterminou grande quantidade de viveiros do mosquito da febre amarela,o “aedes aegypti”, que também pode transmitir a dengue. Em 1903 realizou uma curiosa experiência. Trancou-se numa sala com alguns voluntários e deixou-se picar por um mosquito contaminado com o vírus da febre amarela. Em outra sala fez voluntários dormirem vestindo camisas de doentes de febre amarela sujas de urina e vômito. Dessa maneira, o médico contaminado pela febre amarela, provou que a doença não se adquire por contato direto com pessoas doentes. Felizmente, ele ficou apenas algumas semanas de cama e se restabeleceu. Em 1904, reduziu a febre amarela a apenas dois casos no estado e São Paulo. Suas ações sanitárias no combate à febre amarela, em São Paulo, ocorreram simultaneamente às campanhas de Oswaldo Cruz contra a doença, no Rio de Janeiro.

 

Nos anos de 1908 e 1909, Emílio Ribas fez várias viagens de estudos e conferências pela Europa e pelos Estados Unidos. Atuou ainda como sanitarista no combate às outras doenças endêmicas do estado de São Paulo. Combateu a peste bubônica, a tuberculose e a lepra. Foi para Cuba acompanhar estudos dos médicos Walter Reed e Carlos Finley. Voltou ao Brasil e defendeu a tese da transmissão da doença pelo mosquito, e não pelo contágio direto. A partir daí os doentes deixaram de ser mantidos em isolamento.

 

O Hospital de Isolamento de doenças contagiosas em São Paulo passou a chamar-se Hospital Emílio Ribas, tornando-se o maior centro de infectologia da América Latina.Em seus últimos anos criou um asilo especializado para hansenianos, próximo a São Paulo, que visitava três vezes por semana. Em 1922 fez sua última conferência no centro acadêmico da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo. Três anos depois, faleceu, aos 63 anos de idade. (Fontes: UOL Educação; Wikipédia)

 

Foto: Retrato de Emílio Ribas em http://observatoriocomunitario.blogspot.com.br/2010_07_19_archive.html

 

 

Júlio Manoel Domingues

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