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22 de fevereiro de 2014 - Entrevista – Júlio Manoel Domingues

1. Antes de sua aposentadoria o Sr. já fazia suas incursões no passado de Porangaba ou foi uma decisão posterior?

 

 

Foi, sem dúvida, uma decisão posterior, mas consciente. Ouvia falar, sempre, mas nada conhecia sobre a História de Porangaba, minha terra, a terra de meus ancestrais caboclos, onde vivi a minha infância e fiz os meus primeiros estudos. Portanto, o objetivo da investigação foi resgatar a memória histórica local, embora muitas pessoas estranhem a dimensão dada à pesquisa histórica de uma pequena comunidade.

Perguntas ainda surgem e naturalmente ocorrerão, mas a explicação é simples e direta: “ por razões diversas (familiar, sentimental e de origem), houve a preocupação de saber o que aconteceu por aqui antes e após a formação do povoado; como seria o cenário, quem foram os pioneiros, o que faziam nossos ancestrais, quais os usos, os costumes, as tradições, etc”. Com a aposentadoria encontrei o tempo necessário e suficiente. Então, ao buscar o material histórico catalogado e disponível na  Prefeitura Municipal de Porangaba, surpreendeu-nos a pobreza de dados, a escassez de informações que contemplavam poucos nomes. Notei que houve, também, a exclusão ou  a omissão de fatos marcantes da evolução sócio-econômica da comunidade. Era inaceitável. Logo, precisávamos conhecer, desde o início, antes mesmo do surgimento do bairro e do povoado o que teria acontecido por aqui. Era preciso, se possível, resgatar e registrar principalmente os nomes das famílias pioneiras. Mesclando imaginário com  realidade, a busca passou a ser contínua e mesmo com os inúmeros entraves burocráticos, hoje, temos material classificado com conteúdo rico, detalhado, que engloba o povoamento, a formação da vila, a chegada dos pioneiros, a emancipação política, o crescimento econômico, religioso, cultural, as curiosidades, etc.

 

 

2. Quais as dificuldades no levantamento de dados e informações? 

 

 

As dificuldades foram imensas ao enfrentar a burocracia reinante nas repartições públicas, nos cartórios de registro civil ,  nas secretarias de  igrejas, capelas e cúrias, nas bibliotecas públicas, no arquivo público do estado de São Paulo, com horários curtos e rígidos para a investigação. Houve morosidade, sim, pois o pesquisador, que é considerando um “chato”, estava sempre presente e aparecia  com perguntas consideradas inconvenientes. Os horários para as consultas eram  limitados e sempre dependiam da boa vontade dos atendentes. Isso ocorreu em Porangaba, em Tatuí ( a Cidade Mãe ), na Cúria Metropolitana de São Paulo, na Igreja dos Mórmons, no Arquivo Público do Estado de São Paulo e nas redações dos jornais regionais, principalmente os de Tatuí. Além de tudo, sempre houve a preocupação de resgatar a história local sem fantasias, protecionismo e gregarismo, sabendo de antemão que reconstituir o passado não é uma tarefa fácil e exige perseverança. Entendíamos também que chegara o momento certo para desvendar e publicar a historia de Porangaba. Era a hora. Ainda era possível, porque a nossa geração foi ouvinte privilegiada daqueles que aqui nasceram no último quartel do século 19. Nós, (e que já somos poucos…), havíamos guardado na memória  as lembranças e “causos”, constituindo, portanto, os “derradeiros” que poderiam executar a tarefa. Foi, sem dúvida, uma deferência especial que o destino nos reservou; caso contrário, tudo teria caído no esquecimento e ficaria  restrito aos registros oficiais, frios, que escondem o sentimento popular, dando a impressão de que aqui, antes, nada ou quase nada aconteceu. Acrescente-se a tudo isso a omissão de fatos relevantes pela destruição de documentos, desconhecimentos e o total desinteresse da geração atual pela história local. Este trabalho não será uma obra acabada, conclusiva e nem terá cronologia rígida, pois, na seqüência das investigações sempre surgirão fatos “novos” através de  pesquisas documentais e de relatos orais. Por isso, as informações verbais são sempre bem recebidas, mas exigem cautela, já que quase sempre se  perdem  por  exageros  e incongruências. Outro agravante é o tempo, talvez o maior obstáculo para a recuperação de fatos passados – o fator que mais atormenta o pesquisador,  que,  ao  perscrutar  o  passado depara  com a  formidável   incógnita que é o seu maior desafio: o mistério de sua própria origem.

 

 

3. O Sr.  criou um “site, www.porangabasuahistoria.com que já registra um grande número de acessos, de diversas partes do país; no entanto, uma grande parte da população de Porangaba, inclusive de algumas pessoas relacionadas à área da educação, desconhecem ou não tem interesse em usar as informações desse importante sítio como forma de pesquisa ou pelo menos para mostrar aos adolescentes e jovens estudantes como surgiu o povoado até chegar a Comarca. Quais os comentários poderiam ser feitos sobre isso?

 

 

A página foi implantada há mais de uma década, sendo periodicamente revisada e atualizada, pois se trata de um trabalho dinâmico. Contamos, hoje, com o extraordinário crescimento da informática, com os sites de busca que facilitam as investigações, daí o aumento de nossa responsabilidade. Quanto ao desinteresse de algumas pessoas relacionadas à área de educação do município, infelizmente nada podemos fazer. A ferramenta está aí; bastará utilizar, conferir, questionar e até corrigir.. Trata-se de um problema puramente cultural. Colocamos na “web’ e está à disposição de todos. Uma professora de história de um dos estabelecimentos de ensino de nossa cidade chegou a me indagar porque eu não tinha comunicado da existência do “site, pois fora cobrada em uma reunião pedagógica em Botucatu a respeitos de certos temas existentes no trabalho e simplesmente disse-me que desconhecia a página. Portanto, lamentei e nada tenho a declarar. Como enfocamos na apresentação: “é um trabalho de  pesquisa que resgata a memória histórica de um pequeno município do sudeste paulista, formado em meados do século 19 no bairro do Rio Feio, Tatuí, ao lado do caminho de tropas que ligava Sorocaba a Botucatu. A investigação fundamenta-se em documentos, depoimentos e informações vivenciadas, fugindo do plágio e do gregarismo tão comuns em trabalhos semelhantes.”

 

 

4. Sobre Dona Segismunda Machado, que na historia é registrada como uma das fundadoras de Porangaba: existe algum documento ou registro que comprove esse fato?   

 

 

Ela era natural da Vila de São José do Carinhanha, Bahia; mãe de João Machado da Silva, é citada como uma das fundadoras. Usou, oficialmente, sempre o nome de solteira: Segismunda dos Santos Fonseca, o que pode ser comprovado pelos assentamentos nos livros  da Capela de Nossa Senhora da Conceição e Cartório de Tatuí. Seu marido seria Antônio Machado, como afirmam seus descendentes. Já se encontrava em Tatuí, comprovadamente, no ano de 1856 e, como sempre acompanhava o filho, deve ter vindo junto para o bairro do Rio Feio. Mudou-se da Bela Vista e não sabemos a data e o local de seu falecimento. Existem muitos boatos. Veio para o bairro do Rio Feio com o filho e doou a imagem de Santo Antônio que mantinha em oratório particular para ser introduzida na primeira capela do povoado, conforme consta no Livro do Tombo da Paróquia. Aqui viveu por pouco tempo; é  comum confundirem-na com outra pessoa, que  também viveu no Rio Feio – Segismunda Pereira Falcão e, por coincidência,  também baiana, sua parente.

 

 

5. Pretende editar uma coletânea sobre tudo que registrou sobre Porangaba?

 

 

Tudo que pesquisei  esta no “site, portanto, no momento atual, não pretendo editar coletânea. É preciso entender que os tempos mudaram e estamos na era digital, da informática, do computador. Os  “e-books” estão chegando. Tudo mudará. É uma questão de tempo. Os documentos impressos, em papel, (jornais, livros e revistas) serão substituídos por máquinas eletrônicas num  prazo relativamente curto. Muitos ainda sentem saudades dos mimeógrafos, das impressões tipográficas, da máquina de escrever, mas tudo evoluiu e passou.

 

 

6. Uma das polêmicas levantadas em suas pesquisas diz respeito à data de fundação de nosso município. Nos seus levantamentos a data de fundação não seria “idos de 1860” como consta; já chegou a alguma definição sobre esse tema? Qual seria em sua opinião a data correta da fundação de Porangaba?

 

 

A extinta agência do IBGE em Porangaba, anexa à Prefeitura Municipal, elaborou em 1969 o mapa de dados estatísticos do município onde consta o dia 23 de setembro como a data oficial de fundação. Existem dúvidas quanto à exatidão; trata-se de assunto polêmico por não citar a fonte e o documento. Sabemos que é praticamente impossível indicar a data exata de fundação de uma cidade, pois os motivos à formação, estabelecidos muito tempo depois, são subjetivos e envoltos por opiniões gregárias e pela emoção dos descendentes dos fundadores para enaltecer e valorizar os parentes. Dados e fatos fundamentais chegam a ser omitidos. É o que acontece, na maioria das vezes, além da vaidade dos historiadores e pesquisadores que partem muitas vezes para a controvérsia e chegam a alterar o que está certo para satisfazer suas opiniões e caprichos. O aniversário da maioria das cidades passou, então, a ser comemorado na data da emancipação política. É o que sucede no nosso município. Esclarecemos que depois de demorada busca, nos livros de Cartórios e das Capelas de Tatuí e Porangaba, nada encontramos com referência à data citada no Boletim do IBGE. Quanto à data oficializada como de fundação do povoado – 1860 -  pairam muitas dúvidas e desencontros. Um dos fundadores, citado no histórico do município, sr. Leandro de Moraes e Silva, que faleceu no ano de 1920 com 65 anos, teria na data citada somente 5 anos de idade, o que destrói qualquer argumento que o qualifique como fundador. Existem outros argumentos que destroem essa tese. Tudo leva a crer que o povoado se formou após 1870, mais ou menos em 1874, quando foi fundado o 1º. cemitério, levantada a primeira capela e criada a primeira escola de primeiras letras (masculina). Por outro lado, o bairro do Rio Feio ( não confundir com o povoado ) já existia desde as primeiras décadas do século 19, o que pode ser comprovado facilmente através de documentos do acervo do Arquivo Público do Governo do Estado de São Paulo. Até hoje, apesar das buscas incessantes, não encontramos a documento de provisão, de criação,  da Capela de Santo Antônio do Rio Feio.

 

 

7. Poderia falar sobre alguma curiosidade ou fato engraçado descoberto em suas pesquisas, seja sobre a política ou sobre acontecimentos cotidianos?

 

 

É bom esclarecer que o trabalho nasceu pelo incentivo recebido de alguns amigos, especialmente, do saudoso amigo e conterrâneo Onozor Pinto da Silva, poeta e pesquisador da história local. Aconteceu na fase dos primeiros levantamentos e o seu apoio foi decisivo. É importante lembrar também que nunca tivemos por aqui arquivos, museus ou bibliotecas para um levantamento mais aprofundado. Então, busquei a ajuda de historiadores regionais e, tive a grata surpresa  de conhecer  o  Renato Ferreira de Camargo ( Tatuí ), que me recebeu com muita consideração. Entendeu o sentido da investigação que eu pretendia fazer e, prontamente, franqueou o seu  acervo para as investigações necessárias. Foi fundamental o seu apoio, pois  ali, praticamente, encontrei tudo que precisava. Acrescente-se, também, a dedicação desse extraordinário pesquisador, pois foram mais de dez anos de atenção, através de um contato ininterrupto, enquanto me passava informações consistentes, vasta documentação cartorial, resumos, publicações de jornais antigos, certidões, livros e outros informes que fundamentam a história da Bella Vista Tahtuy. O mesmo ocorreu com Dr. Paulo Fraletti, saudoso historiador e pesquisador de Pereiras. Graças a ajuda e incentivo, consegui  montar e publicar na Internet um trabalho exclusivo, diferenciado e recheado de dados sobre a história de Porangaba. A repercussão foi imediata. Tive também o apoio do escritor e historiador Hernani Donato, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Estado de São Paulo, do indianista Orlando Villas Bôas e de outros estudiosos da Capital e do Interior. Cheguei a procurar o ilustre professor Antônio Cândido da USP. Foram todos receptivos e me incentivaram.

Não classificaria como “fatos engraçados”, mas durante o levantamento de dados e cruzamentos de informações, houve “surpresas”, fatos curiosos.. A busca cotidiana de fatos passados sempre traz novidades,  envolvendo a história de uma cidade e de um povo. É surpreendente. Por exemplo, a pesquisa  possibilitou resgatar nomes de conterrâneos ilustres, totalmente desconhecidos na terra natal. Porangaba sempre foi honrada e privilegiada pelos seus filhos. Ocorreu no passado, repete-se no presente e, certamente, será maior no futuro. Nos campos mais variados das atividades humanas sempre encontramos porangabenses. Logo, ao escrever a história de nossa gente, a maior preocupação foi identificar os que mais se destacaram. Por problemas diversos, muitos conterrâneos migraram para outras paragens e, então, foi preciso encontrá-los  e trazê-los de volta.  Enumerá-los, todos, seria o objetivo maior, porém a busca seria demorada e sempre faltaria um ou outro nome. Sem nenhum tipo de descrédito àqueles que venham a ser omitidos, não relacionados – não incluídos – exclusivamente por desconhecimento, citaremos, por exemplo, o  pastor protestante Epaminondas Melo do Amaral, tido como a maior autoridade do presbiterianismo na América Latina; o diplomata Epaminondas Moreira do Valle, Inspetor da Alfândega da Receita Federal, Rio de Janeiro, o único porangabense condecorado com a Ordem do Rio Branco pelos relevantes serviços prestados ao País; a madre Angelina Maria da Sagrada Face, Superiora da Congregação da Irmãs Franciscanas do Coração de Maria; Francisco José Gorga, músico e pianista;  – a professora Persides Pires do Amaral, educadora e poetisa; Georgina Aires Bernardi, atriz, jornalista e radialista, Vasco Bassoi, deputado estadual; major Leonidas da Silva Cardoso, Prefeito de Botucatu; Fernando José Chierici, sindicalista, etc., -  todos aqui nascidos.

A publicação e a repercussão do trabalho ensejou também contatos, via Internet, com familiares de personagens que se destacaram na história de Porangaba.. Conversamos com os descendentes do naturalista belga Auguste Collon, cientista que aqui esteve a trabalho, no final do século 19. Ele fez um estudo minucioso sobre as reservas petrolíferas do Morro de Bofete e substanciou em relatório chamado de Relatório de Collon,  que é o mais importante documento científico sobre a formação do solo do município de Porangaba. Fez pesquisas investigatórias para a prospecção de petróleo na região e incluiu o Rio Feio por conta própria, e isso  se deve ao seu elevado espírito acadêmico, pois aqui esteve sem nenhum vínculo comercial ou contratual. Trata-se de uma obra rara sobre a formação geológica da região. O trabalho investigatório, inédito, escrito em francês, há mais de cem anos, baseia-se em observações e experimentações pessoais aqui feitas.  Esteve no povoado e nos bairros da Serrinha e dos Fogaças. Chegou ao vale do rio Feio, vindo do Rio Bonito (Bofete) e traçou o perfil litológico do solo porangabense.  Mantivemos contacto, também, com os familiares do pastor presbiteriano Isaac Gonçalves do Valle no Rio de Janeiro. Aqui chefiou a Igreja Presbiteriana no início do século passado e ficamos  sabendo que sua esposa, a professora Maria Rosa do Valle, faleceu no ano de 1916 em nossa cidade, onde está sepultada. Localizamos o jazigo e informamos aos familiares. Portanto, os contatos são freqüentes, principalmente, com os descendentes de pessoas aqui nascidas, que querem notícias e demonstram muito interesse. Acrescente-se também a troca de  informações com pesquisadores e historiadores, que acessam a página, e se mostram impressionados com  o conteúdo e riqueza de informações.. É  tudo muito gratificante.

 

 

8. Sobre a antiga fazenda do Tritta onde há resquícios de que no local havia exploração de mão de obra escrava, fato comum até o início do século passado, com a existência de um túnel escavado agora povoado por morcegos. Seria ali uma mina de ouro como supõe o atual proprietário das terras? O que é necessário para que seja desvendado esse mistério?

 

 

A fazenda São Martinho formou-se a partir de 1879, quando João Guedes Pinto de Mello foi adquirindo as partes dos sucessores e herdeiros de Manoel Antônio da Silva e, depois, da vizinhança. Antes, o local era conhecido como sítio da Serrinha ou, ainda, bairro da Cachoeira e englobou as terras do sítio conhecido, então, como Partes da Serrinha. No início do século passado, a fazenda passou a pertencer a seu  irmão Manoel Guedes Pinto de Mello (Manduca Guedes) e, com a morte do mesmo, em 1927, passou para os herdeiros:  dr. José Affonso Tricta (genro) e Risoleta Augusta Guedes Tricta (filha).  A área da fazenda foi aumentada com a aquisição de glebas vizinhas em 1940, totalizando, então, 452 alqueires. Com a morte do Dr Tricta, em 1973 passou a pertencer a dona Margarida Maria de Aquino Guedes Carneiro e seu marido Olair Barbosa Carneiro – herdeiros do Espólio.

Existem muitas histórias, mitos e lendas sobre a Fazenda São Martinho. Infelizmente, quando lá chegamos, nada encontramos, pois os arquivos e documentos já haviam sido removidos, extraviados ou destruídos. Muitos estudos foram prejudicados, principalmente o histórico da imigração italiana que ali foi intensa, a montagem da agroindústria que ali funcionou, a movimentação dos escravos que foi a mão de obra inicial. Temos registros que comprovam a existência desse tipo de  mão de obra  na fazenda, até com a citação de nomes desses agregados e de seus descendentes, mas, infelizmente, são informações orais de pessoas que simplesmente ouviram dizer. Hoje, sem as testemunhas vivas e já com maioria dos descendentes desaparecidos ou falecidos, como muito pouca coisa foi coletada, restam somente boatos e enigmas que nada comprovam. Falam das “cavernas” ou túneis que de fato existem, mas as histórias são fantasiosas. Alguns conterrâneos, como o Onozor Pinto da Silva e Ivo Mendes,  lá estiveram, enfrentaram os “morcegos” que lá habitam  e  ficaram impressionados com que viram e ouviram, mas as histórias são fantasiosas. Recentemente, faleceu um  morador centenário da Fazenda, Sr. Amantino, que, infelizmente, pouca coisa contou. Lamentamos concluir que tudo se perdeu.

 

 

9. Tem alguma família viva remanescente da época dos fundadores do município, em Porangaba ou outro local?

 

 

Sim, temos na realidade  descendentes (3ª,  4ª. ou 5ª. geração ) de alguns fundadores vivendo por aqui e em outras cidades. Por exemplo, todos os descendentes de Francisco Manoel de Oliveira e de dona Silvéria Angélica da Fonseca Bueno – cujas filhas se casaram com  Joaquim Francisco de Miranda e Francisco Cubas de Miranda, abrangendo, portanto, todos os membros das famílias  Miranda e  Cubas, suas ramificações e cruzamentos. Por exemplo, o saudoso Netinho Fogaça era trineto de Francisco Manoel de Oliveira. O Maestro Pingo também é trineto de Francisco Manoel de Oliveira.   Não esquecer dos Oliveiras, dos Moraes  e assim por diante. Os descendentes de Segismunda dos Santos Fonseca e de João Machado da Silva  ainda podem ser encontrados em Porangaba, Bofete. Conchas,  Botucatu e São Paulo, mas já  estamos falando de 3ª. 4ª. e 5ª. gerações.  São alguns exemplos, o tema é complexo e requer cuidado.

 

 

10. Ainda existe alguma coisa não descoberta ou resgatada sobre a história da civilização de Porangaba ou o tema esta esgotado?

 

 

O assunto jamais se esgotará pois a tema  é complexo. Como afirmei desde o início, o trabalho é dinâmico e os fatos atuais, a curto prazo, já serão passado e  deverão  ser incluídos na  história do município. Existem, também, muitas coisas a esclarecer ou para ser descobertas, como por exemplo, os revolucionários porangabenses de 1930, 1932, a Provisão da Capela, Atos oficiais do Governo do Estado de São Paulo entre janeiro de 1890 e abril de 1891, o prefixo musical do Jornal da Rádio Eldorado de autoria do maestro porangabense Roque Soares de Almeida e a relação dos sepultamentos feitos no Primeiro Cemitério da Capela de Santo Antônio do Rio Feio, na Bela Vista de Tatuí, em 1874 .

 

Júlio Manoel Domingues

 

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