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2 de dezembro de 2015 - História da Venda de Combustíveis em Porangaba

No início do século XX, duro não era achar petróleo, mas um posto de gasolina. Como aquela gente abastecia o carro? A gasolina era um subproduto do refino do petróleo para a produção de querosene. E o querosene vinha sendo usado para a iluminação de ruas e residências desde 1860. Naquela época, de cada 100 barris de petróleo extraíam-se 60 de querosene. Parte da “sobra” do processo de refino resultava em 11 barris de gasolina, que, na maioria dos casos, era simplesmente jogada fora, por falta de utilidade: era apenas um solvente de qualidade inferior. Foram os carros, no século XX, que deram à gasolina uma utilidade prática. No Brasil já havia importadores de derivados de petróleo desde 1870, quando a iluminação das vias públicas do Rio de Janeiro incrementou o uso do querosene. Os proprietários dos primeiros automóveis compravam a gasolina em tambores de 200 litros, nos armazéns de secos e molhados – que vendiam de tudo. Depois, transferiam a gasolina para recipientes menores e abasteciam o carro usando um funil. O primeiro posto de combustível foi instalado na farmácia da cidade de Wiesloch, na Alemanha. O conceito do “posto de gasolina” só surgiria em 1907, quando Henry Ford inaugurou o primeiro deles, o Automobile Gasoline Company, na cidade de St. Louis, EUA, um galpão de zinco com duas bombas instaladas no alto de pedestais, para que a gasolina descesse por gravidade. A Standard Oil foi a primeira a construir postos ao longo das rodovias com seu logotipo, originando as chamadas “bandeiras”. Os postos só chegariam ao Brasil em 1915, com a Texaco, quando a quantidade de automóveis em circulação permitia sua sobrevivência econômica. Antes disso estavam por aqui, distribuindo gasolina e combustíveis, a Esso (que chegou em 1912) e a Shell (em 1913). Deve-se a descoberta do querosene ao geólogo canadense Abraham Gesner, em 1849. A partir da invenção do lampião a querosene, em 1857, o óleo de baleia seria substituído pelo querosene como principal meio de iluminação – até 1878, quando foi inventada a lâmpada elétrica. (Fonte: “Website” companytec, “link” Notícias em www.companytec.com.br ).

 

O suprimento de combustível (querosene, óleo e gasolina) à praça de Porangaba, até os anos 40 do Século passado, era feito através de Tatuí. Os fornecedores eram conhecidos comerciantes daquela cidade, dentre os quais se destacava o italiano Domingos Loretti, que já tinha, inclusive, bomba de abastecimento ali instalada. Aqui, o consumo era bem menor, pois existia um pequeno número de veículos e o uso industrial era quase que zero. Somente com o tempo, começou a venda direta de combustível em Porangaba, quando alguns comerciantes locais passaram a vender também a gasolina e outros derivados de petróleo.

 

No início, o combustível vinha acondicionado em tambores, pois não existiam tanques e bombas na cidade e o volume de vendas não compensava um maior investimento. Essa situação persistiu por muito tempo, até a instalação do primeiro reservatório com bomba em Porangaba. Os comerciantes pioneiros foram: 1) Com tambores: João Sebastião Vieira, Giocondo Rossi e Manoel Alves Antunes; 2) Com tanques de combustível e bombas: Luiz Ares (Atlantic), Plínio Vaz (Esso) e Erasmo Pedroso (Shell).

 

As bombas desapareceram no final dos anos 50 e início da década de 60 do século passado, quando então foi instalado em 1965 o primeiro posto de abastecimento de combustíveis e serviços (gasolina, óleo diesel, querosene, troca de óleo, borracharia, lavagem, etc.) pelo comerciante porangabense Cristino Manoel de Miranda ( Foto abaixo ). Hoje funcionam dois postos de abastecimento na cidade: 1. Posto Débora e 2. Posto Nova Porangaba.

 

Obs. A frota de veículos (caminhões e carros de passeio) no município de Porangaba, três anos após a sua emancipação política, em 1930, era representada pelos seguintes proprietários: Antônio Candido Ares (Ford), Agostinho Angelini( Chevrolet), Luiz Manoel Domingues (Chevrolet), Cesário Maurício (Ford), Dionísio Parga (Chevrolet), Luiz Carlos Vieira (Ford), Octávio Hermelino Soares, João Manoel de Miranda (Chevrolet), Deolindo Ribeiro Leite, Juvenal Nunes Pereira, José Afonso Tricta (Dodge e Chevrolet), Luiz Sola Ares (Chevrolet), Luiz Angelini (caminhão), Francisco Pássaro (automóvel), Ezequiel Pires de Camargo (caminhão), Joaquim Pereira da Silva Júnior, Benedito Flores de Azevedo, Simão de Oliveira Vaz, José Teixeira Barbosa, Antônio Nunes Diniz e Augusto Diniz (automóveis).

 

Foto: “Shell Gas Station” by Bill Gracey em https://www.flickr.com/photos/9422878@N08/4901868552

 

 

Júlio Manoel Domingues

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