Lembro-me que antigamente existia em Porangaba uma rua com o nome de “dr. Jorge Tibiriça”. Parecia um nome estranho, indígena e isso me intrigava… Qual seria a razão da homenagem?. Eu era ainda uma criança. Então, o tempo passou e ao pesquisar a história de nossa cidade, descobri que foi um destacado personagem da história paulista. No início, pensei que fosse simplesmente um político da época provincial, com certo destaque, um fazendeiro ou coronel. Pois bem, o ilustre cidadão foi o segundo governador paulista e o sétimo presidente do Estado de São Paulo, já na era republicana. Realizou seus estudos na Alemanha e Suíça, formando-se em agrotecnia e em filosofia. Regressou da Europa em 1879, já formado em ciências químicas e doutor em filosofia pela Universidade de Zurique, além de engenheiro agrônomo formado pela famosa Universidade de Hohenhein.
“Jorge Tibiriçá Piratininga, filho de Carlos Tibiriçá de Almeida Prado, nasceu em Paris em 1885 e faleceu em São Paulo em 1928. Proprietário de fazendas de açúcar e posteriormente de café, foi um dos proprietários da Estrada de Ferro Ituana..” (Soares, 1958, p.346). Foi presidente do Partido Republicano Paulista (PRP). Nomeado segundo governador de São Paulo (18 de outubro de 1890 a 7 de março de 1891), foi eleito como o sétimo presidente do Estado, governando novamente entre 1904 e 1908. Destacou-se como reformador da Força Pública, atual Polícia Militar, trazendo da França uma missão militar da Gendarmerie, para instruí-la de acordo com o modelo da corporação de Paris. Em 1906 promoveu o Convênio de Taubaté, quando se juntavam esforços para a defesa do preço internacional do café. Em seu governo a Estrada de Ferro Sorocabana foi adquirida da União e arrendada para um grupo norte-americano; foi criada a Polícia Civil do Estado de São Paulo em 1906; foram emitidas as primeiras carteiras de identidade do estado em 1904 e feita uma nova constituição estadual em 1905. Depois de seu mandato, prosseguiu na carreira pública. Foi secretário de Estado da Agricultura, Comércio e Obras Públicas no governo de Bernardino de Campos. Atuou no Senado do Congresso Legislativo do Estado de São Paulo, entre 1892 e 1924, sendo seu Presidente de 1915 a 1924. Depois de 1924 ocupou o cargo de ministro e presidente do Tribunal de Contas do Estado”. (Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre ).
Numa época de grande conturbação nacional, durante o período presidencial de Prudente de Moraes, foi eleito presidente do Estado de São Paulo para um mandato que se estendeu de 1º de maio de 1904 a 1º de maio de 1908. Sobressaiu-se pelos relevantes e importantes serviços prestados ao estado e com reflexos no país, tais como: desenvolvimento da pecuária, novos métodos da cultura do arroz, a criação do ensino técnico da agricultura com a instalação da Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz ( Piracicaba ), a política de carreira, a vinda da Missão Francesa para instruir a Força Pública, a Convenção de Taubaté que salvou da ruína a lavoura do café, o incremento da imigração e da colonização das terras e a compra da Estrada de Ferro Sorocabana.
A sua relação com Porangaba foi política, mas marcante, o que pode ser comprovado pelos seguinte atos : 1). quando era Governador de São Paulo, em 1891, foi criado o Distrito de Paz de Bela Vista, no Município de Tatuí, através do Decreto Estadual nº 148; 2). depois, já em 1906, quando exercia a presidência do Governo Paulista, o distrito de Bela Vista de Tatuí foi elevado à categoria de Vila, através da Lei Estadual nº 1038 e 3). como membro do Senado Paulista, o seu apoio foi decisivo para a criação do Município de Porangaba em 1927.
Júlio Manoel Domingues
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