Antônio Carlos Marcelino, o Toninho do Jornal “Folha da Cidade”, filho do sr. Boaventura Marcelino Leite e de dona Rosa Domingues da Silva, nasceu em Porangaba no dia 15/08/1950, onde fez os seus estudos iniciais e teve uma infância muito feliz. Depois, mudou-se para São Paulo para trabalhar e continuar os estudos. Após algum tempo retornou à terra natal para exercer outras atividades e, inclusive, trabalhou no serviço público, fazendo parte da assessoria do prefeito Francisco Alves do Reis. Desenvolveu posteriormente outros projetos comerciais. No ano de 2005; já habilitado como jornalista, adquiriu o jornal Folha da Cidade de Porangaba. Estava em plena atividade quando foi acometido por graves problemas de saúde, sendo internado no Hospital da Unesp de Botucatu, onde veio a falecer no dia 21/11/15. Estava com 65 anos de idade; separado judicialmente, deixou filha e neta. Sepultado no Cemitério Municipal de Porangaba.
Eu o conheci em Porangaba, bastante jovem, ainda menino, morando na cidade e já entrosado com seus amigos de infância, praticando todas as peraltices possíveis, jogando no time de futebol da criançada, nadando no rio e brigando na rua, sendo muito considerado por todos. Ganhou até um carinhoso apelido – o “Bodinho”. Voltei a vê-lo mais vezes, muito mais tarde, já em São Paulo, quando ele me visitava na Nossa Caixa, onde eu trabalhava. Passado algum tempo, não apareceu mais e somente vim encontrá-lo na “terrinha”, quando ele já tinha adquirido o jornal “Folha da Cidade”- o jornal de Porangaba – e me convidou para ser um dos colaboradores, para escrever, quinzenalmente, um texto sobre a história local com base no site www.porangabasuahistoria.com que mantenho na internet. Começou, então, um novo relacionamento, envolto por muita camaradagem, consideração e respeito profissional. Pessoa de elevado caráter, grande amigo, era muito conhecido na cidade e em toda região, por conta de seu responsável e honesto trabalho na direção do jornal, o principal meio de comunicação e informação do município. Foram 255 edições, de 2005 a 2015, no espaço de 10 anos; foi um período magnífico para resgatar e divulgar a memória histórica local. Grande amigo, que Deus Onipresente e Misericordioso o acolha. Missão cumprida, descanse em paz…!.
No dia do óbito, às 22 horas, aproximadamente, o telefone tocou em minha casa e a triste notícia chegou – o Toninho havia falecido no hospital de Botucatu, onde fora internado para tratamento. Vinha acompanhando o seu sofrimento e fiquei atônito, muito triste, sem saber o que falar. Sabia que estava hospitalizado na Unesp, na UTI, e que seu estado de saúde era precário, mas resistia, vinha reagindo e confiávamos na sua recuperação. Pouco eu poderia fazer, mas procurei pelo menos ser solidário com seus familiares. Nos últimos trinta dias chegamos a trocar e-mails, quando ele me falou dos problemas de saúde ( que surgiram de repente ), de sua recuperação e das preocupações que envolviam a publicação da próxima edição do jornal que, infelizmente, não conseguiu editar.
Após algumas horas de silêncio e reflexão, sem encontrar justificativa para o acontecido, conclui que ele nos deixou de repente, sem avisar, como alguém que encontra naturalmente o caminho de volta. Hoje, restam somente saudades que ficarão para sempre, mas, sem dúvida, se aqui estivesse, certamente diria como o poeta Mario Quintana: – “Para sempre é muito tempo, o tempo não para! Só a saudade que faz as coisas pararem no tempo”.
“A vida nos traz surpresas e coloca pessoas no nosso caminho. Umas nos acompanham o tempo todo; outras são indiferentes. A convivência nem sempre é pacífica. O relacionamento humano é difícil, mas em compensação, ao lado de amargas decepções, surgem sempre grandes amizades. Os amigos especiais, que não são muitos, mas existem e marcam sensivelmente as relações afetivas. Não são aqueles que somente compartilham de nossas angústias e dificuldades, das nossas alegrias e satisfações, pois o vínculo é muito maior. A relação de ajuda é sublime e não se mede por favores, pela situação social, cultural, financeira, etc., mas por um profundo respeito e, às vezes, por uma simples palavra. São na verdade pessoas justas e sinceras, comuns, que nos cercam e protegem. Nada é falso, nada se perde; tudo é positivo.” (Fonte: Mário Quintana)
Foto: Antonio Carlos Marcelino, Acervo pessoal.
Júlio Manoel Domingues.
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