Carlos Avallone, filho do farmacêutico Oscar Carlos Avallone e de dona Olívia Fernandes, nasceu em 27 de fevereiro de 1928 em Bofete-SP. Viveu parte de sua infância em Porangaba; ali fez os estudos iniciais e saiu muito cedo para estudar. Cursou o ensino médio em Botucatu e bacharelou-se em 1953 pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Responsável, trabalhou para custear seus estudos vendendo títulos de capitalização, quando provou ser ótimo vendedor. Como advogado, trabalhou, inicialmente, nos municípios paulistas de Presidente Wenceslau e Dracena, onde, além de advogar e se destacar no Tribunal do Júri, de cujos embates saiu sempre vencedor, fundou um jornal e candidatou-se a prefeito daquela cidade, no início dos anos 60. Em 1964 mudou-se para Cuiabá, convidado pelo Governador Fernando Correia da Costa, para ser Juiz de Direito, tendo iniciado a carreira na capital. Na Magistratura, sua grande paixão, foi Juiz em várias Comarcas: Poconé, Cáceres, Diamantino, Campo Grande e tantas outras, tendo chegado ao Tribunal de Justiça como Desembargador em 1977, onde ocupou a Corregedoria, a Vice-presidência, e, ainda, a Presidência do Tribunal Regional Eleitoral por várias vezes. Aposentado em março de 1998, faleceu no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 08 de junho de 2006, com 78 anos de idade. Deixou a esposa Ida Festa Avallone, três filhos e oito netos. Foi sepultado em Cuiabá, MT. Segundo o desembargador Rui Ramos Ribeiro, Presidente do TRE do Estado de Mato Grosso, tratava-se de um profissional expoente, uma pessoa de bondade complexa, leal aos princípios públicos e que sempre mereceu todo respeito. Em sua homenagem, consta em sua lápide a inscrição: “Seu Carinho e dedicação à família, amor à justiça, generosidade e grandeza de caráter são motivos de nossa saudade. Esposa, filhos, noras e netos.”
Pra nós, em Porangaba ele era o Carlito, filho mais velho do farmacêutico Oscar Carlos Avallone (o seu Oscar), um jovem simpático, educado e bastante popular; irmão do saudoso amigo Manoel Carlos Avallone, o Mané, que também deixou muitas saudades. Um fato marcante em sua vida foi que, quando tinha 02 anos de idade, contraiu poliomielite, a terrível paralisia infantil e, mesmo curado, mancava numa das pernas. Destemido, venceu o grave problema e sempre levou vida normal. Seu pai foi um homem importante na nossa comunidade, pois, na época, quando não tínhamos médico residente na cidade, pelo seu elevado espírito profissional, sempre atendeu a todos que o procuravam. Não tínhamos hospital, a estrutura sanitária do município era precária, mas o dedicado farmacêutico resolvia tudo, tanto na cidade como na zona rural. Doenças diversas, fraturas, quebraduras, tosse comprida, sarampo, infecções de pele, febres, etc., tudo era com seu Oscar. Exerceu a vereança e foi também Presidente da Câmara Municipal do Município durante muito tempo. Lembro-me muito bem de sua farmácia, da sua organização, do laboratório onde preparava suas fórmulas milagrosas. Duas coisas foram marcantes na figura desse senhor; o modo peculiar de aplicar injeção e o uso de gravata borboleta que o diferenciava, pois não era comum. Um homem honrado.
Foto: “Desembargador Carlos Avallone”, Galeria de Presidentes do Tribunal Regional Eleitoral-MT em http://www.tre-mt.jus.br/institucional/conheca-o-tre-mt/galeria-de-presidentes
Júlio Manoel Domingues
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