1. Linha Divisória da Paróquia - O livro nº 1 da Paróquia de Santo Antônio do Rio Feio, no distrito da Bela Vista de Tatuí, foi aberto em 15 de julho de 1898, sendo numerado e rubricado pelo Vigário Padre José Gorga. Erigida e canonicamente instituída por portaria, a nova paróquia de Santo Antônio do Rio Feio tinha a seguinte linha divisória: “Com a Freguesia dos Pereiras pelas atuais que são da Capela de São Roque pelos espigões de Claudino Xavier de Souza e de Vicente Cassimiro, Joaquim Cassimiro, Francisco do Prado e Bento Luiz, Domingos Furtado, até cair na estrada, que serve atualmente, aberta por José Antônio de Siqueira e por ela acima até o rio da Vargem, no lugar denominado Catharina e por este acima até suas cabeceiras e destas pelo espigão da Serrinha, cabeceira do rio Feio, seguindo pelo mesmo até a cabeceira do rio Bonito e por este abaixo e suas caídas até a barra do rio do Peixe, por ele abaixo até a Capela de São Roque d’onde principiou”.
2. Limites da Paróquia - “Confina esta Parochia ao Norte com a Parochia de Pereiras e Conchas; ao sul com a de Guarehy; ao leste com a de Tatuhy e a oeste com a de Rio Bonito”.
3. Extensão - “A distancia da sede d’esta Parochia à linha divisória das Parochias confinantes é a seguinte: D’esta Parochia ao limite da Parochia de Pereiras – 18 kilometros; de Conchas – 12 kilometros; de Guarehy – 12 kilometros; de Tatuhy – 12 kilometros; de Rio Bonito – 9 kilometros”.
4. Distância - “Dista esta Parochia: da Capital do Estado – 220 kilometros; da Villa de Pereiras – 24 kilometros; da Estação de Conchas – 25 ½ kilometros; da Villa de Guarehy – 27 kilometros; da cidade de Tatuhy -36 kilometros; da Villa do Rio Bonito – 18 kilometros.”
5. Criação do cemitério no bairro do Rio Feio - “A distância desta cidade (Tatuhy), com estradas más, fez preciso que se fundasse ali um cemitério.” É importante observar que no Brasil Colonial chegou a existir cemitérios para brancos e negros (escravos), católicos e protestantes, separadamente, costume que perdurou até a proclamação da república, quando veio a secularização dos cemitérios e todos passaram, então, a ser sepultados num mesmo local. Por provisão de 24 de março de 1874, que se acha registrada no Livro 2 do Tombo, fls. 7” (Almanach Tatuhyense,1899) foi fundado o primeiro cemitério. A provisão da bênção do cemitério do bairro do Rio Feio, Distrito de Tatuí, foi autorizada por Dom Lino, bispo de São Paulo, atendendo representação do padre Demétrio Leopoldo Machado, dentro do ritual romano e que os óbitos fossem registrados no Livro do Tombo da Paróquia da Matriz de Tatuí. “Em 1883 já se tornava preciso um novo cemitério (o segundo), porque foi baixada a provisão de 18 de janeiro, ficando registrada no Livro 3 do Tombo ( Tatuí). Foi bento o 2º cemitério em fevereiro do mesmo ano pelo Revmo. padre Francisco de Paula Vocca, coadjutor da Paróquia de Tatuí O cemitério é situado em lugar elevado a 470 metros da porta da Matriz, e em frente à mesma. Tem uma área de 5625 metros quadrados, todo fechado com cerca de pau a pique; nele se entra por um portão, sendo as folhas de madeira. Dentro dele existem alguns túmulos e várias cruzes. O cemitério é municipal, sendo seu zelador pago pela Câmara de Tatuí”. Não restam quaisquer vestígios do primeiro cemitério que existiu na atual praça Francisco Pássaro. Somente os moradores mais antigos sabem que ali foi construída a Capela de São Roque, cujo largo recebeu o nome do santo, e que foi demolida, infelizmente, há mais de 50 anos.
6. Curiosidades - Referindo-se ao atual cemitério que, na realidade, é o segundo, a partir de 1883, restam pouquíssimos jazigos antigos (a rigor, localizamos somente um); a maioria se deteriorou e foi destruída pelo tempo por desinteresse das famílias e falta de conservação. De acordo com o levantamento recente feito pela Prefeitura Municipal, ainda é possível identificar a sepultura nº 574, como a mais antiga ali existente, cuja lápide simples, em mármore, consta: “Benedito – filho de Antônio Alves da Cunha e de Ermelinda Alves da Cunha – faleceu em 05/10/1884, com 18 meses de idade”.
7. Zeladores - Antônio Paulino Telles (1888/90); Benedito Novaes (1891); José Marcelino dos Reis (1891); Pedro Piragibu (1928), Manoel Leme (1929/31).
8. Coveiros - Joaquim Manoel Rodrigues, casado com Ana, pais do João Lemes – o mais antigo; José do Nascimento; Pedro Piragibu (1928); Manoel Lemes (1929), Amador Florentino, Agenor da Artina, Marcílio Ribeiro do Prado, João Florêncio; e os descendentes dos Lemes, até há pouco tempo, Lourenço Augusto de Oliveira e José Augusto de Oliveira (Zico); Salustiano de Oliveira e Ademar de Oliveira.
Foto: “Book 3″ de Rupert Jackson em https://www.flickr.com/photos/jetson/299149524
Júlio Manoel Domingues
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