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12 de fevereiro de 2013 - O Primeiro Diretor do Grupo Escolar

Acácio Vieira de Camargo nasceu em 21/11/1904 na Quadra, então distrito de Tatuí, filho de Ignácio Antônio Soares e Alzira Vieira de Camargo. Passou a infância no bairro da Aleluia, na fazenda pertencente à família, indo, depois para Tatuí, onde fez o curso primário no atual E.E.P.G. “João Florêncio”. Prestou o serviço militar em Itapetininga e, paralelamente, dedicou-se às práticas esportivas conquistando ali medalhas e o título de campeão de Ginástica Olímpica na modalidade “cavalo com alça”. Em 1923 formou-se  professor pela Escola Normal daquela cidade. Ao retornar para Tatuí, chegou a trabalhar no cartório local como escrevente e, também, como tabelião, onde  permaneceu até 1931. No ano de 1932 foi nomeado diretor do Grupo Escolar de Porangaba, atual E.M. “Joaquim Francisco de Miranda” e participou da Revolução Constitucionalista, chegando à linha de frente na fronteira de Itararé;  colaborou também  no Posto Médico de Tatuí, instalado no Grupo Escolar João Florêncio. Foi ainda diretor do Grupo Escolar de Conchas, atual E.E. “João Batista de Camargo Barros”.

 

 

Complementando sua formação artística,  passou a se interessar pela “heráldica”, estudando brasões e bandeiras, a partir de 1931. Autodidata, tornou-se grande conhecedor do assunto, sendo solicitado para criar os brasões de cidades da região, como Cerquilho e Cesário Lange. Músico por vocação, dotado de grande sensibilidade artística, fez parte do conjunto “Tradicional Jazz Tro-lo-ló”. Foi o primeiro professor de flauta do maestro José Coelho de Almeida, que mais tarde seria nomeado diretor do “Conservatório Dramático e Musical  Dr. Carlos de Campos”.

 

 

Em 1932 casou-se em Tatuí com a professora Sylvia Sobral de Oliveira. Em 1934, ocupou interinamente o cargo de professor da cadeira de Ciências Naturais do Colégio Estadual e Escola Normal de Tatuí, hoje Escola Estadual “Barão de Suruí”, efetivando-se no cargo em 1951. Aposentou-se em 1957, com um currículo invejável pelos relevantes serviços prestados a educação.

 

 

Aposentado, voltou a se dedicar à heráldica e, também, ao charadismo. Em 1959 criou o 1º brasão de Porangaba. Considerando o tempo limitado e as dificuldades para formar uma comissão para analisar, discutir e sugerir o símbolo a ser adotado, foi aceitável a opção da Câmara Municipal ao indicar dois nomes de educadores locais para auxiliar na escolha de um dos modelos. Pelo menos o criador não falseou a história, já que não basta ser perito em heráldica para compor o brasão de uma cidade; urge, antes de tudo, conhecer o enredo, o espírito do povo, para que o símbolo represente tudo isso. O artista já havia trabalhado no grupo escolar local, foi o primeiro diretor e, tendo aqui vivido, conhecia muito bem a história local. Considerando o preciosismo da heráldica é até possível que sob o prisma técnico, individual, possa ter ocorrido pequena discordância na elaboração do escudo, mas é inegável que houve o completo encontro da história com o simbolismo gráfico do brasão. A professora Astrogilda Miranda Ribeiro de Oliveira e o professor   Wilson Monteiro,  diretor do Grupo Escolar “Joaquim Francisco de Miranda”, como convidados, participaram da escolha do modelo oficial.

 

 

Por muitos anos colaborou com clubes e jornais de São Paulo, Rio de Janeiro e do Porto (Portugal). Faleceu em 15 de dezembro de 1985 em Tatuí. Deixou esposa e filhos.  Em sua homenagem, existem uma escola pública na Vila São Cristovão e uma rua no Parque Residencial Colina das Estrelas, em Tatuí, que levam o seu nome.

 

Júlio Manoel Domingues

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