O futebol é o esporte praticado em quase todos os países do mundo, despertando muito interesse pela sua forma simples de jogar. É suficiente uma bola, os jogadores e as traves para que possa ser praticado em qualquer espaço – na rua, na escola, no clube, no campinho de terra batida ou até mesmo no quintal de casa. Onde nasceu o futebol? Sua origem é antiga e alguns historiadores defendem que nasceu na China Antiga; outros optam pelo Japão Antigo e há, ainda, aqueles que calculam que veio da Grécia e Roma. Na Itália Medieval existiu o “gioco del calcio”, com 27 jogadores de cada lado, que deveriam levar a bola até os dois postes que ficavam nos dois cantos extremos de uma praça. O barulho, a desorganização e a violência eram tão grandes que o jogo foi proibido. Muitos pesquisadores concluíram depois que, por volta do século XVII, o “gioco de cálcio” saiu da Itália e chegou a Inglaterra, onde foi organizado. No Brasil, o futebol foi introduzido Charles Miller no ano de 1894, que trouxe da Inglaterra para São Paulo a primeira bola e um conjunto de regras
Quando chegou o futebol na Bela Vista de Tatuí e onde teria sido o primeiro campo de jogo? Os conterrâneos mais velhos contavam, por ouvir dizer, que foi implantado pelos italianos no início do século passado e que o primeiro campo de futebol foi na “rua de cima”, (atual professor Antônio Freire de Souza), perto da raia de corrida de cavalos que ali existiu. Era, supostamente, no terreno que ia da esquina da Igreja Matriz com a rua João Machado para o lado da rua João Rosa de Oliveira. Pela conformação atual da área, deveria ser bastante inclinado e irregular. Mais para baixo, depois, existiu um outro campo, que ficava também na altura da rua João Rosa de Oliveira, começando, mais ou menos, atrás do terreno onde está hoje a casa da Família Bechelli (na esquina, defronte ao prédio dos Avalone), estendendo-se para o lado de cima, lembrando que ali, na época, não havia nenhum tipo de moradia. O terceiro campo de futebol já seria no terreno onde, anos depois, foi construído o prédio do grupo escolar. Foi utilizado por muitos anos, até, mais ou menos, o final dos anos 30 do século passado. Em 1940, mais ou menos, já estava no terreno onde, tempo depois, foi construído o estádio municipal. Antes da construção do estádio, o campo chegou a ser transferido para o terreno da Família Valêncio da Silva, além da ponte do rio Feio, no lado esquerdo da estrada que segue para a Serra do Amaral. Dali, tempo depois, mudou-se para o terreno do Nhô Jango Mendes, já no alto da cidade, à direita do cemitério municipal. Funcionou ali também por muito tempo. Existiu, ainda, outro campo, atrás do mesmo cemitério, na área hoje pertencente ao sr. Leopoldo Bechelli. Finalmente, mais ou menos em 1950, retornou para o terreno às margens do rio Feio, onde foi construído o Estádio Agostinho Angelini.
A partir dos anos 30, a prática de futebol cresceu nos sítios e fazendas, na zona rural, e foram nascendo campos de futebol nos mais diversos bairros. Existiram, então, campos nos bairros: Saltinho, Florentinos (Zé Gomes), Partes, Nunes, Cariocas, Alves (1), Bernardos, Alves (2), Serra do Amaral (Marcílio), Pintos, Marica Quadra, Lopes, Ferreiras, Mirandas, Serrinha (Fazenda São Martinho), Pedrosos, Marianos, Arrudas, Fogaças, Binos, Santana, etc.
Podemos afirmar com segurança que somente em meados do século passado a municipalidade definiu como local ideal o terreno onde está instalado o Estádio Municipal “Agostinho Angelini”. Isso em decorrência da fundação do Esporte Clube Porangabense em 15/11/1949 e que marcou uma nova fase do futebol de Porangaba. Filiado à LITAFU – Liga Tatuiense de Futebol e Federação Paulista de Futebol, com a situação jurídica regularizada, passou a disputar os torneios oficiais. Além do patrimônio formado, construção do estádio, etc., houve a definição do fardamento, sendo adotadas as cores verde e branca. O primeiro presidente foi Agostinho Angelini, o grande responsável pelo crescimento do futebol local. Nos anos de 1958 e 1959, as campanhas foram extraordinárias, com uma equipe muito forte, acima da média dos clubes da região, sendo derrotada somente nas partidas finais pela Associação Atlética XI de Agosto, de Tatuí, que foi a vice-campeã amadora estadual em 1957/58. Foram jogos duríssimos e alcançamos o vice-campeonato regional. Na época, o time local era conhecido como “Expresso Verde” e formado, na maioria, por jogadores do Clube Salete de Futebol de Salão, do bairro de Santana, da capital.
Jogadores: Wellington (Vovô) – goleiro; Zanoti – lateral direito, Faiçal – zagueiro central, Adelino Ares – lateral esquerdo, Pascoal (Televisão) – médio apoiador, Sérgio – centro médio, Zé do Carlinho – ponta direita, Artur – meia direita, Tomaz – meia esquerda, Plínio – centro avante, Português – ponta esquerda, Darci Filé (atacante), Fernando Sola (atacante), Muca (goleiro), Domício (defesa), Pancho (defesa), Araras (atacante), Chico Rosa (Chicoelo) – ponta esquerda, ( foi titular do XI de Agosto de Tatuí).
A diretoria do Esporte Clube Porangabense em 1956: Agostinho Angelini (presidente); Acácio Domingues (vice-presidente); Irineu de Oliveira Pinto (1º. secretário); Braz Gica da Paz (2º. secretário); Luiz Sola Ares (tesoureiro); Domingos Nogueira (diretor recreativo); Carlos de Almeida Barros (diretor esportivo); José Fogaça de Almeida, Lázaro Selvo de Oliveira e Horácio Manoel Domingues (conselho fiscal).
Foto: “Esporte Clube Porangabense, Expresso Verde”, anos 60. Acervo pessoal.
Júlio Manoel Domingues
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