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17 de maio de 2013 - Paulo Fraletti, Médico, Historiador, Escritor e Poeta

Recebemos com muita tristeza a noticia da morte do médico e historiador Paulo Fraletti, grande amigo, que dispensava um carinho especial à nossa terra, não somente pelos laços familiares aqui existentes, mas pelo elevado espírito acadêmico e altruísta ao incentivar  o estudo da memória histórica das cidades da região. Foi um estudioso comprometido com a verdade, um homem simples, desprovido de orgulho. Escritor de primeira qualidade, um pesquisador nato, um brilhante poeta. Eclético, o seu trabalho de pesquisa enriqueceu a cultura regional, não somente por atrair o interesse dos pesquisadores, mas pelo apoio que sempre dispensou àqueles que o procuravam, indicando o caminho certo. Fui um dos privilegiados por receber sua orientação e ajuda.  Lamentamos o ocorrido e externamos aos familiares, em nome dos porangabenses e da Folha da Cidade, os nossos votos de pesar.

 

 

Nasceu em Pereiras, SP, filho de João Fraletti e de Cristina Maurizzi ( italianos ). Fez os estudos iniciais na terra natal e, depois, seguiu  para São Paulo para dar continuidade.  Começou o curso de medicina em Curitiba e, quando já estava no terceiro ano, transferiu-se para a  Escola Paulista de Medicina de São Paulo, onde se formou no ano de 1947. Especializou-se em psiquiatria. Foi médico da Secretaria da Saúde de São Paulo e trabalhou de 1948 a 1990 no Manicômio Judiciário do Estado, hoje Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico. Foi diretor de 1963 a 1971 e diretor-geral do Núcleo Hospitalar do Juquery  nos anos 70. Aposentou-se em 1990. Durante todo esse tempo manteve a sua clínica particular com respeitável clientela. Deu aulas de psiquiatria e psicologia médica em instituições como a Santa Casa de São Paulo e foi Professor Titular de Psiquiatria e Psicologia da Faculdade de Medicina da Fundação Universitária do ABC, onde se tornou professor emérito.

 

 

Pereiras foi a sua grande paixão; foi onde viveu  a infância e, depois, já aposentado, os últimos 14 anos de vida. No período em que esteve fora da cidade, construiu sua carreira profissional. Além de inúmeros trabalhos científicos voltados ao meio acadêmico, a sua produção literária foi  intensa. Escreveu para jornais e revistas, e ainda  publicou obras diversas que resgatam a história de Pereiras e de  outras cidades da região.  Foi Membro efetivo do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba, Sócio do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Sócio Correspondente da Academia Sorocabana de Letras, Sócio da Academia Paranaense de Letras, Sócio Correspondente do Centro de Letras do Paraná, Sócio da Academia de Letras “José de Alencar” (Curitiba), Sócio da Academia Piracicabana de Letras, Sócio da Sociedade de Escritores Médicos do Brasil, etc.  Em Pereiras idealizou a bandeira do município, abriu um museu e uma associação de cultura. Escreveu ainda sete livros de poesia. Costumava dizer que a “semiologia e a psicopatologia nos ensinam a conhecer a doença, e as obras literárias a conhecer o doente”. Sofria do Mal de Alzheimer  e faleceu em 06/01/2011 na cidade de Sorocaba, sendo sepultado no Cemitério de Pereiras. Estava com 90 anos de idade e deixou mulher, filhos e netos.

 

 

Obras Publicadas:  Poesia:  Um Mundo Numa Praça Pública (1954); Deuses-Lares (1957); Lira Triste (1970), Horas de Tédio e Solidão (1974).  História:  História de Pereiras (1949); História da Paróquia de Pereiras (1957); Sesmarias e Posses de Pereiras (1958); O Ensino em Pereiras (1958); A Fundação da Segunda Capela dos Pereiras (1974); Ainda o Ensino em Pereiras (1974); Sabatino Pastore e Outros Ilustres Pereirenses (1976).  Ensaio:  Considerações Sobre a Arte dos Alienados e dos Artistas Modernos (1954); Verificação de Tipos de Doentes Mentais Portadores de Tatuagens (1958);  Discursos:  Homenagem ao Professor Franco da Rocha (1959); A Psiquiatria em São Paulo ( 1962); 20º Aniversário da Fundação do Centro de Estudos “Franco da Rocha” (1962);  66º Aniversário de Fundação do Juqueri (1964); Vocação Hipocrática ( 1966); O Juqueri: Ontem e Hoje (1972)

 

Júlio Manoel Domingues

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