O jornal “O Progresso de Tatuí” noticiou recentemente que escolas municipais de ensino fundamental daquela cidade já utilizam lousas digitais. Ocorre desde 2008 e, dentre elas, a quarta unidade a receber a inovação foi a escola “Eugênio Santos”. Como os tempos mudaram! É surpreendente a evolução tecnológica a serviço do ensino público. Temos, hoje, a informática integrada com a sala de aula por meio da lousa digital. Antes, as ferramentas de trabalho na área da educação eram precárias e, por incrível que possa parecer, em muitas escolas nem quadro negro existia. Lembremos do fato ocorrido em 1893, justamente com o professor Eugênio Frederico dos Santos, quando era o professor da Escola Masculina de Primeiras Letras no Distrito de Bela Vista de Tatuí; portanto, há 119 anos atrás. Ao chegar ao povoado, vindo do distrito da Quadra, fez um relatório da situação do ensino local e foi incisivo. “Comunicou ao Inspetor Escolar de Tatuí. professor Cesário Lange Adrien, que estavam matriculados 24 alunos, sendo “23 nacionais e 1 estrangeiro”. Reclamou da falta de apoio das autoridades locais, pois além da inexistência de carteiras e outros materiais, os alunos conheciam “quadro negro, mapas e globos geográficos” através das ilustrações nos poucos e usados livros. Sentavam-se todos em mesas comuns com bancada. As condições de higiene eram insatisfatórias, pois a sala de aula estava numa casa velha, próxima de um pântano”. Complementando, para provar a gravidade da situação que ainda persistia cinco anos depois, destacamos a publicação do comunicado feito pelo Governo do Estado à Câmara Municipal de Tatuí, em 28/08/1898, alertando sobre o conhecimento de um quadro negro despachado e que se destinava à escola de Bela Vista. Será que chegou ao destino? e por que demorou tanto tempo? São perguntas sem respostas.
Observamos, então, que os professores primários tinham muitas dificuldades para trabalhar no final do século XIX, principalmente nas pequenas vilas e povoados. Os obstáculos iam desde as péssimas instalações, a falta de material escolar, os problemas de saúde e higiene, a reduzida freqüência, o desconforto, etc. até a inoperância das autoridades. Hoje, felizmente, os instrumentos de ensino são outros. A reclamação feita pelo mestre, que precisava unicamente de um quadro negro para trabalhar, era procedente e muito demorou para ser atendida, Quando chegou e se chegou!, êle já não estava mais na Bela Vista. Vemos hoje que a introdução de lousas digitais como verdadeiras fábricas de aulas na escola é um avanço positivo. Então, parodiando o professor, cuja escola em Tatuí ( que tem o seu nome) já conta até com laboratório de informática, num “protesto” simulado e extemporâneo, nada custa perguntar: quando é que teremos lousas digitais nas escolas de Porangaba? Trata-se, evidentemente, de um devaneio, pois o invento que revolucionou a aplicação de novos métodos pedagógicos será implantado, certamente, em todas as escolas públicas deste país. É uma questão de tempo e não demorará.
“A lousa digital é como uma tela imensa de um computador, porém mais inteligente, pois é sensível ao toque. Desta forma, tudo o que se pensar em termos de recursos de um computador, de multimídia, simulação de imagens e navegação na internet é possível com ela. Ou seja, funciona como um computador, mas com uma tela melhor e maior. O professor pode preparar apresentações em programas comuns de computador e complementar com links de sites. Durante a aula, é possível, enquanto apresenta o conteúdo programado, navegar na internet com os estudantes. Pode ainda criar ou utilizar jogos e atividades interativas, contando com a participação dos alunos, que vão até a lousa e escrevem nela por meio de um teclado virtual – como aqueles de páginas de banco na internet – ou por meio de uma caneta especial ou com o dedo, já que a lousa lê ambas as formas”. O ensino conta com novos recursos, pois é possível, por exemplo, fazer apresentações em três dimensões para apresentar o corpo humano, e estudar geografia com a ajuda de mapas feitos por satélite e disponíveis em sites. Na lousa digital, a criatividade é o limite, nada do que é feito na lousa digital se perde, pois se o professor quiser, é possível salvar a aula etapa por etapa, a cada contribuição sua ou dos alunos.”(Fonte: “Como Funciona uma Lousa Digital”, Revista Nova Escola em http://revistaescola.abril.com.br/formacao/como-funciona-lousa-digital-tecnologia-501324.shtml).
Foto: “Interactive whiteboard at CeBIT 2007″ by Edward at https://en.wikipedia.org/wiki/Interactive_whiteboard#/media/File:Interactive_whiteboard_at_CeBIT_2007.jpg).
Júlio Manoel Domingues
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