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4 de junho de 2012 - Há 55 anos era fundada a Santa Casa de Misericórdia de Porangaba

Parece que foi ontem, mas já são passados mais de cinqüenta anos da fundação da Santa Casa de Misericórdia de Porangaba. Infelizmente, o significado dessa conquista não foi até hoje entendido claramente por muitos  conterrâneos.

 

É verdade que, por uma série de problemas financeiros e burocráticos, etc., que explicam mas não justificam esse desapoio, o hospital somente começou a funcionar quase duas décadas depois.

 

É preciso lembrar que os problemas de saúde no povoado do Rio Feio e adjacências, desde a sua formação até o final do século 19, sempre foram abrandados pelos curandeiros, raizeiros e benzedeiros. Depois vieram os  farmacêuticos práticos, mas médico residente nem pensar, o que somente veio a ocorrer no final dos anos 30 do século passado. Alguns moradores privilegiados, os de maior posse,  podiam ser atendidos na Santa Casa de Tatuí ou pelos médicos daquela cidade, custava caro, mas o resto do povo padecia. Considere-se ainda que os problemas de saúde cresciam e as perspectivas de alívio eram mínimas. Com o primeiro médico que se fixou por aqui e também com a criação  do Posto de Saúde, já em 1946, houve  melhora no atendimento, embora ainda fosse insuficiente. Já existia, então, a esperança por parte de alguns abnegados de criar “a santa casa”, mas as dificuldades eram enormes e flagrantes.

 

Despontou na época o conterrâneo Francisco Pássaro, o querido e inesquecível Chichilo,  filho ilustre, professor e advogado, que foi o grande  responsável pela criação da Santa Casa de  Porangaba, com ajuda financeira e material. Então, um fato inédito de benemerência ocorreu aqui, pois antes da “santa casa” funcionar, ser instalada, a entidade já possuía o patrimônio básico doado pelo benemérito. Lamentavelmente, o professor Pássaro faleceu antes da instalação do hospital. Outro batalhador incansável foi o conterrâneo Frei Timóteo Maria de Porangaba, figura destacada, à frente de campanhas para angariar recursos financeiros à  manutenção do hospital. Portanto, fundada em 1957, somente funcionou em 1974 graças ao esforço conjunto e apoio do Sindicato Rural de Porangaba, do Bispo Diocesano de Sorocaba, do Vigário da Igreja Católica local, do Prefeito Municipal Mário Antônio Nogueira e da sociedade em geral, para propiciar  o atendimento médico mínimo à população. Após inúmeros acertos e providências cartoriais, foi instalada  no dia 06/02/1974, quase 17 anos após a fundação, inicialmente na antiga casa paroquial, à rua Papa João 23, nº. 68  e, depois transferida para o prédio próprio à rua professor Antônio Freire de Souza, construído  justamente no terreno recebido em doação. A diretoria na época era : Provedor: João Batista de Barros; Presidente: Cristino Manoel de Miranda; 1º Secretário: Acácio Domingues; Tesoureiro: Rubens Xavier Rosa; Médico: Abrão Marcovici.

 

Histórico – A Santa Casa de Misericórdia de Porangaba foi fundada no dia 12/03/1957, em reunião realizada no prédio da Prefeitura Municipal, onde funcionava  também a Câmara Municipal, sendo eleita então a diretoria provisória assim constituída: pe. Antônio Dragone (presidente); Dassás Vieira de Camargo (vice-presidente); Renato Angelini (1º Secretário); Otoniel dos Reis (2º Secretário); Benedito de Oliveira Vaz (1º tesoureiro); Francisco Patrocínio São Pedro (2º tesoureiro). Na ocasião, formou-se a Comissão para elaborar os estatutos com os seguintes membros: srs. Aldo Angelini, Abílio São Pedro, Acácio Domingues, Domingos Antão Machado e Alaor Fazzio, e foi marcada a data de 15/05 para discussão dos estatutos e eleição da diretoria definitiva. Através da Assembléia Geral Extraordinária, realizada no dia 15/05/1957, foi eleita por aclamação a primeira diretoria, assim formada: pe. Antônio Dragone (presidente); Dassás Vieira de Camargo (vice-presidente); Renato Angelini (1º Secretário); Benedito de Oliveira Vaz (Tesoureiro); Luis Sola Ares, Acácio Domingues e Renato Nogueira (Conselho Fiscal); Mário Antônio Nogueira, Otoniel dos Reis e Abílio São Pedro (Mordomos). 

 

Hoje, dizem que as santas casas pedem socorro. Os seus administradores clamam por ajuda financeira para mantê-las dignas e fortes e aqui não é diferente. Tudo isso se deve aos problemas estruturais que estão nas raízes da saúde publica de nosso País e que exigem cuidados. Felizmente, sobrepujando  dificuldades e entraves  nessa longa caminhada, a Santa Casa de Porangaba, sobrevivente de um passado glorioso, aí está. Continua firme e  viva, embora tenha sofrido por muito tempo a injunção de  políticos, o egocentrismo de gestores, a falta de recursos e até o desinteresse da população. Quase fechou, mas felizmente houve bom senso. Entendemos que os  porangabenses, de  modo geral,  independente de opção religiosa, política e, principalmente, em respeito à memória dos fundadores, devem se unir para preservá-la, mantê-la e engrandecê-la.

 

Júlio Manoel Domingues

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